quarta-feira, 1 de maio de 2013

MICOSE DE UNHA OU Onicomicose


Onicomicose (tinea unguium), conhecida popularmente como micose de unha, é o nome dado à infecção da unha causada por fungos. A onicomicose é uma infecção comum, acometendo cerca de 10% da população adulta e 20% dos idosos.

Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre a micose de unha (onicomicose):
  • O que é a onicomicose.
  • Como se pega micose de unha.
  • Transmissão da micose de unha entre pessoas.
  • Fatores de risco para onicomicose.
  • Sintomas da micose de unha.
  • Diagnóstico da onicomicose
  • Tratamento da micose de unha.
O que é a onicomicose

Como já explicado na introdução deste artigo, a onicomicose é uma infecção da unha dos pés ou das mãos causada por fungos. 

As infecções fúngicas das unhas são geralmente causadas por um fungo que pertence a um grupo denominado dermatófitos, que também pode causar infecções nos pelos do corpo e na pele, como no caso da frieira (pé de atleta). Outro grupo de fungos que também pode causar micose de unha são as leveduras. Em geral, as leveduras causam onicomicose nas mãos e os dermatófitos provocam onicomicose nas unhas dos pés.

A micose de unha não é uma doença fatal, mas pode causar dor, desconforto e destruição da unha, levando a efeitos emocionais importantes, que podem ter um impacto significativo na qualidade de vida.

Como se pega micose de unha

Os fungos que provocam a micose de unha são habitualmente adquiridos no ambiente, principalmente em áreas úmidas e quentes, que são os meios propícios para o crescimento de fungos. Banheiros, chuveiros, vestiários e piscinas públicas são exemplos de locais que frequentemente abrigam fungos. Frequentar estes espaços públicos descalço é um importante fator de risco para adquirir micose nas unhas. 

O contato com o fungo por si só não costuma ser suficiente para se adquirir a onicomicose. Geralmente é preciso haver pequenas lesões entre a unha e a pele para que o fungo consiga penetrar por baixo da unha e se alojar. Também é necessário que a unha seja exposta frequentemente a ambientes úmidos para que o fungo possa se multiplicar com mais facilidade.

A onicomicose nas unhas dos pés é muito mais comum do que nas unhas das mãos. Os pés costumam estar mais expostos a locais úmidos, não só quando se anda descalço em locais públicos, mas também por passar boa parte do dia fechado dentro de meias e calçados. Em dias de calor, os pés calçados podem passar várias horas seguidas cobertos e úmido pelo suor. Calor, falta de luz e umidade é tudo que um fungo deseja para se proliferar. Além disso, os dedos dos pés estão no ponto do corpo mais distante do coração, não sendo tão bem vascularizados com os dedos da mão. Deste modo, os anticorpos e as células de defesa do organismo não chegam às unhas dos pés com tanta facilidades quanto a outros pontos do organismo.

Micose de unha é contagiosa? 

A micose de unha pode ser transmitida de uma pessoa para outra, mas essa forma de contágio é pouco comum. Compartilhar lixas ou cortadores de unha pode ser uma forma de transmissão, mas em geral é preciso contato íntimo e frequente, como, por exemplo, morar na mesma casa para uma pessoa pegar onicomicose da outra. Não se pega micose de unha apenas apertando a mão ou tocando em objetos manipulados por alguém infectado.

Fatores de risco para onicomicose

A presença de alguns fatores favorece a infecção da unha por fungos. Por exemplo, pacientes com frieira (pé de atleta), que é uma infecção fúngica da pele dos dedos, têm um maior risco de terem também infecção fúngica das unhas. Outros fatores de risco são:

- Diabetes mellitus (leia: O QUE É DIABETES?).
- Idade avançada.
- HIV (leia: SINTOMAS DO HIV | AIDS).
- Uso de drogas imunossupressoras.
- Problemas imunológicos. 
- História familiar de onicomicose.
- Psoríase (leia: PSORÍASE | Tipos e sintomas).
- Problemas de circulação sanguínea dos membros inferiores.

Atletas também são um grupo de risco para onicomicose. Estes indivíduos costumam estar com os pés frequentemente calçados e úmidos pela transpiração, além de terem uma maior incidência de traumas nas unhas devido ao impacto de suas atividades físicas.

Sintomas da micose de unha

A micose de unha não costuma produzir nenhum sintoma além das alterações cosméticas das unhas. Em casos mais graves, porém, ela pode causar dor. Em pacientes diabéticos ou imunossuprimidos a onicomicose pode servir como porta de entrada para bactérias, favorecendo o surgimento de infecções secundárias, como erisipela ou celulite (leia:ERISIPELA | CELULITE | Sintomas e tratamento).

As lesões da unha provocadas pela onicomicose apresentam algumas variações na sua apresentação, dependendo do tipo de fungo e de gravidade da infecção. Em geral, a micose de unha costuma apresentar um ou mais dos seguintes sinais:

- Espessamento da unha.
- Fragilidade da unha, deixando-a quebradiça.
- Distorções na forma da unha. 
- Perda do brilho da unha, deixando-a opaca.
- Escurecimento da unha.
- Descolamento da unha em relação ao seu leito na pele.

As formas mais comuns de onicomicose são:

1. Onicomicose subungueal distal : é de longe a forma mais comum e se caracteriza pela infecção da ponta da unha. O primeiro dedo do pé (dedão) é geralmente o primeiro a ser afetado. A infecção começa com uma descoloração esbranquiçada, amarelada ou acastanhada em uma das pontas laterais da unha, estendendo-se lentamente por toda unha, em direção à cutícula. A unha pode se descolar e a ponta costuma partir-se e cair, expondo a pele que serve de leito para a unha.

Micose de unha
2. onicomicose subungueal proximal- é a forma menos comum de onicomicose. Sua apresentação é bem parecida com a onicomicose subungueal distal , porém, a progressão ocorre de forma oposta, iniciando-se próxima à cutícula e depois estendendo-se em direção à ponta da unha. Este tipo de micose de unha ocorre geralmente em pacientes imunossuprimidos, sendo comum nos indivíduos com HIV.

3. Onicomicose superficial branca - é uma forma comum em crianças, mas que nos adultos corresponde a apenas 10% dos casos de micose de unha. Caracteriza-se pelo aparecimento de manchas brancas sobre a superfície da unha, geralmente mais próxima da cutícula do que da ponta. Quando não tratada, as manchas tendem a se espalhar centrifugamente por toda unha, deixando-a quase toda branca, além de áspera e quebradiça.

Diagnóstico da onicomicose

As lesões das unhas da onicomicose podem se parecer com as lesões de unha de outras doenças, como psoríase, eczemas, traumas, líquen plano, deficiência de ferro, etc. A maioria dos estudos atesta que a onicomicose é responsável por apenas metade dos casos de lesões das unhas. Em várias situações não é possível afirmar que o paciente sofre de onicomicose apenas olhando e examinando para a unha. Portanto, é importante demonstrar inequivocadamente a presença do fungo antes de se iniciar o tratamento antifúngico. Para tal, o médico irá fazer uma pequena raspagem da sua unha de forma a colher amostras para avaliação laboratorial à procura de fungos. 

Tratamento da micose de unha

A micose de unha é uma infecção difícil de tratar porque as unhas crescem lentamente e recebem pouco suprimento de sangue. Até um passado recente, os medicamentos utilizados para o tratamento da onicomicose não eram muito eficazes e os resultados eram frequentemente decepcionantes. Na última década, porém, os os tratamentos para pacientes com onicomicose melhoraram substancialmente, principalmente por causa da introdução de medicamentos antifúngicos orais mais eficazes.

Estudos recentes mostram que medicamentos por via oral como Terbinafina e Itraconazol apresentam taxas de cura mais altas que a Griseofulvina e o Cetoconazol, as drogas mais usadas antigamente. 

Taxas de cura dos principais antifúngicos:

- Terbinafina (73 a 79%).
- Itraconazol (56 a 70%).
- Griseofulvina (54 a 66%).
- Fluconazol (43 a 52%).

O tratamento com Terbinafina com comprimidos por via oral deve ser feito por 6 semanas para onicomicose das mãos ou 12 semanas para onicomicose dos pés.

O tratamento tópico da micose de unha com esmaltes, como o Ciclopirox, não costuma funcionar sozinho, mas pode ser usado como complemento do tratamento com Terbinafina ou Itraconazol por via oral.

Uma vez curada a micose de unha, se o paciente não tiver cuidado a taxa de reinfecção pode chegar a 50%. Portanto, é preciso ter cuidado com os pés para que a unhas não voltem a ficar colonizadas por fungos.

Micose na virilha


Sintomas da micose na virilha


Os principais sintomas da micose na virilha são coceira e vermelhidão local, chamada de rash. A área inflamada pode apresentar alguma ardência, tornando incômodo o uso de certos ipos de roupa interior.

A tinea cruris geralmente começa com uma placas avermelhadas na face interna de uma ou ambas as coxas, com bordas bem demarcadas. Quando causada pelo fungo Trichophyton rubrum, a doença costuma se estender para baixo, sobre as coxas e até na região pubiana e glúteos. As lesões costumam se expandir em forma de círculos.

Micose na virilha
Micose na virilha

Em metade dos casos o paciente também apresenta outro tipo de tinea, geralmente tinea pedis (frieira).

No sexo masculino, a bolsa escrotal e o pênis são habitualmente poupados. Este é um detalhe importante, pois ajuda na distinção entre a tinea cruris e a infeção por cândida, já que a candidíase na região inguinal em homens muitas vezes acomete a bolsa escrotal.

O diagnóstico pode ser confirmado com uma raspagem da lesão e avaliação microscópica do material à procura de fungos. Como a cândida e os dermatófitos são fungos com aspectos distintos, é possível distingui-los através do exame microscópico.

Tratamento da micose na virilha


O tratamento da micose na virilha pode ser feito com pomadas antifúngicas, muitas delas vendidas sem necessidade de receita médica. As pomadas indicadas são as que contêm: terbinafina, naftifina, cetoconazol, miconazol ou cotrimazol. As três últimas substâncias têm ação contra dermatófitos e cândida. Cremes ou pomadas à base de nistatina servem para candidíase, mas não para dermatofitoses, não sendo indicadas para o tratamento da tinea cruris. 

Deve-se evitar pomadas que contenham corticoides na sua fórmula, como betametasona ou triancinolona, pois ela pode atrapalhar o tratamento e mascarar os sintomas.

Em casos de pacientes imunossuprimidos, ou se houver falha no tratamento com pomadas, medicamentos por via oral, como griseofulvina, fluconazol ou terbinafina podem ser prescritos.

Como a tinea pedis (frieira) e onicomicose (micose de unha) são fatores de risco para a tinea cruris, é importante também tratar as duas condições para diminuir o risco de recorrência da micose na virilha.

Aplicação diária de talco na região inguinal para manter a área seca ajuda a prevenir recorrências. Os pacientes devem ser aconselhados a evitar banhos quentes e roupas apertadas. Os homens devem usar cuecas largas, de preferência boxers (cueca samba-canção). Mulheres devem usar calcinha de algodão e evitar calças apertadas. Após o banho, a área inguinal deve ficar bem seca. Sugere-se separar uma toalha para secar a área infectada e outra para o resto do corpo. Não use a mesma roupa interior após o banho.


O que é tinea cruris?


As micoses superficiais da pele são chamadas de dermatofitoses ou tinea. Os fungos dermatófitos, isto é, que provocam dermatofitoses, são os dos gêneros TrichophytonMicrosporum ou Epidermophyton.

As dermatofitoses podem acometer diversas áreas do corpo, como couro cabeludo (chamada de tinea capitis), pés (tinea pedis), barba (tinea barbae), unhas (tinea unguium) ou tronco e membros (tinea corporis).

A infecção fúngica que acomete a região genital e inguinal (virilhas) é chamada de tinea cruris. A micose da virilha é a segunda dermatofitose mais comum, perdendo apenas para a tínea pedis, a micose dos pés, popularmente conhecida como frieira.
  • A onicomicose, que é a micose da unha (tinea unguium), já foi descrita em um artigo à parte, acessível neste link: MICOSE DE UNHA | Onicomicose.

Causas da micose de virilha


A imensa maioria dos casos de micose na virilha são causados pelo fungoTrichophyton rubrum. Esse fungo pode ser um habitante normal da pele, sem necessariamente provocar doenças, já que o nosso sistema imunológico consegue mantê-lo sob controle, desde que a pele mantenha-se limpa e seca. Em épocas de maior calor, porém, algumas áreas do corpo ficam constantemente úmidas e quentes, tal como a virilha e a região genital, favorecendo a proliferação de fungos, resultando nas micose.

O fungo Trichophyton rubrum, que provoca a micose da virilha, é o mesmo que causa a frieira (pé de atleta). Por isso, em muitos casos, o paciente tem dermatofitose nos pés e na virilha ao mesmo tempo. 

Como se pega micose na virilha


A tinha cruris é uma infecção contagiosa transmitida por fômites, como toalhas, lençóis ou roupas contaminadas com o fungo. A micose na virilha também pode ocorrer como auto-contaminação pela micose dos pés (frieira). O paciente após mexer nos pés, pode ter suas mãos contaminadas com o fungo, levando-os até a região da virilha. Ter relações sexuais com uma pessoa infectada também é uma forma de contágio.

Todavia, não basta ter contato com o fungo para desenvolver micose. Para que o microrganismo vença nosso sistema imunológico, ele precisa encontrar um meio propício para sua multiplicação. Calor, umidade e ausência de luz são as condições mais adequadas para a proliferação das micoses. A virilha é muito propícia à ocorrência de infecções fúngicas, pois, além de passar grande parte do dia coberta, é uma região de dobras e com pelos, que permanece frequentemente úmida e quente.

Épocas de calor, uso de roupas quentes e apertadas, excesso de suor, permanecer com roupas de banho molhadas por muito tempo, má higiene pessoal e não trocar com frequência as roupas interiores são fatores que favorecem o desenvolvimento da tina cruris.

Outros fatores de risco para o aparecimento da micose na virilha são:
As micoses de pele ocorrem com mais frequências nas pessoas com sistema imunológico fraco, todavia, também são muito comuns em indivíduos sadios, sem qualquer problema de saúde.